Reconstruindo após o tornado: o papel da arquitetura diante das catástrofes

* Por Norimar Ferraro

 

Postado segunda-feira 24/11/2025 por Redação

Categorias: Artigo

Reconstruindo após o tornado: o papel da arquitetura diante das catástrofes
Reconstruindo após o tornado: o papel da arquitetura diante das catástrofes

O tornado que atingiu Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, é mais um alerta sobre a força incontrolável das catástrofes climáticas. Assim como vimos nas cheias do Rio Grande do Sul, esses fenômenos não podem ser evitados, mas os estragos podem ser reduzidos com o uso correto da arquitetura.

 

Do ponto de vista construtivo, é impossível garantir que não haverá danos. Nenhum projeto pode oferecer proteção absoluta contra a fúria da natureza. No entanto, a arquitetura tem um papel fundamental na redução dos impactos e, em muitos casos, na preservação de vidas.

 

Isso passa pelo uso de materiais mais resilientes, capazes de suportar esforços maiores, e por um design inteligente que minimize riscos, como coberturas inclinadas, sistemas de fixação reforçados e fundações mais profundas. Em edificações de grande porte, como arranha-céus, é essencial submeter os projetos a simulações de impacto do vento, garantindo que as estruturas respondam adequadamente a eventos extremos.

 

Tecnologias de modelagem e softwares avançados já permitem prever comportamentos estruturais, mas sua aplicação precisa ser ampliada e incentivada. O trabalho do arquiteto não se limita à prevenção: ele é decisivo na reconstrução.

 

Após tragédias, governos, instituições de ensino e conselhos profissionais devem incentivar concursos e propostas arquitetônicas voltadas para moradias emergenciais, que sejam rápidas de executar, seguras e dignas. Soluções modulares, sistemas pré-fabricados e materiais de baixo custo podem acelerar a entrega de abrigos temporários sem comprometer a qualidade.

 

Além disso, é necessário planejar espaços de acolhimento em edificações maiores, como ginásios, centros de exposição e escolas, que possam servir como abrigos coletivos em emergências. Essa integração entre planejamento urbano e arquitetura social é vital para reduzir vulnerabilidades e garantir respostas rápidas.

 

Em poucos minutos, ventos intensos destroem casas, arrancam telhados, derrubam árvores e desorganizam a vida urbana, deixando comunidades vulneráveis e desamparadas. A exemplo das regiões centrais dos Estados Unidos da América, onde ocorre monitoramento contínuo na área conhecida como “corredor de tornados”, é fundamental ampliar o trabalho dos sistemas de meteorologia e de informação à população, garantindo alertas mais eficazes e planos de evacuação bem estruturados.

 

As catástrofes climáticas nos desafiam a buscar soluções melhores. Elas revelam a urgência de cidades mais preparadas e de uma comunidade consciente dos riscos. A prevenção não elimina o perigo, mas pode salvar vidas e reduzir perdas. Cabe a todos — profissionais, gestores e cidadãos — assumir esse compromisso, transformando tragédias em oportunidades para construir um futuro mais seguro e resiliente. É hora de compreender que a arquitetura não é apenas estética ou funcionalidade: é também proteção, estratégia e cuidado com a vida.

 

*Norimar Ferraro é arquiteto e urbanista, mestre em Educação, especialista em Astrofísica e Building Information Modelling, e coordenador e professor do curso de Arquitetura e Urbanismo na Uninter.

 

By NQM
Foto: Divulgação

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