PME sob risco: por que a prevenção climática deixou de ser opcional para virar estratégia de sobrevivência

Especialista apresenta checklist para orientar PMEs na prevenção aos impactos climáticos

 

Postado quarta-feira 17/12/2025 por Redação

Categorias: Empresas Negócios

PME sob risco: por que a prevenção climática deixou de ser opcional para virar estratégia de sobrevivência
PME sob risco: por que a prevenção climática deixou de ser opcional para virar estratégia de sobrevivência

A vulnerabilidade das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras diante da instabilidade climática parece estar finalmente sendo encarada com a seriedade que o tema exige. Dados recentes da pesquisa Sebrae, “Pequenos Negócios e as Mudanças Climáticas no Brasil”, mostram que 63% das micro e pequenas empresas já sofreram impactos de eventos extremos como secas, enchentes, tempestades ou ondas de calor. Entre elas, 94% precisaram colocar em prática alguma medida emergencial para manter suas operações. 

 

Mesmo diante desse cenário, a grande maioria das PMEs ainda age de forma reativa e não estratégica. Apenas 18% têm processos formais de gestão de risco climático. Para muitas empresas, os ajustes ocorrem “no susto”, após o evento já ter atingido o negócio. Isso revela um ciclo de vulnerabilidade repetido: cada crise causa prejuízos, e cada reação exige recursos que nem sempre estão disponíveis.

 

Para o oceanógrafo e mestre em oceanografia física, Mateus Lima, CEO da i4sea, startup de inteligência climática, essa estrutura precária expõe justamente a fragilidade das PMEs. “As condições climáticas afetam mais as PMEs porque elas têm mais dificuldades de receber recursos ou apoios externos para se reerguer.” Segundo ele, a solução passa pela antecipação: “As PMEs devem se antecipar e buscar informações sobre possíveis eventos climáticos; dessa forma, esse pequeno investidor consegue se organizar financeiramente, pegando crédito, antecipando novos contratos ou se programando, para não ter grandes prejuízos”, ressalta o executivo.

 

Os ajustes emergenciais citados pela pesquisa concentram-se no uso e gestão da água — com captação, reuso, reservatórios, drenagem e reforço de estruturas — além de reorganização logística, realocação de equipamentos e até a instalação de refrigeração para suportar ondas de calor. Uma pequena parcela, e ainda em ritmo lento, avança também em mitigação: monitoramento de emissões, eficiência energética, uso de fontes renováveis e metas ambientais. 

 

Entretanto, a adoção de mitigação efetiva ou de adaptação planejada permanece restrita. A maioria das PMEs nem sequer conta com avaliação formal de riscos climáticos: 72% disseram não realizar esse tipo de diagnóstico. E no quesito crédito climático, apenas 5% conseguiram acesso a alguma linha de “financiamento verde” para implementar soluções mais robustas. 

 

Para Lima, é urgente que as PMEs deixem o modo “apagar incêndios” e passem a agir com antecedência. Ele defende que a antecipação climática deve entrar no planejamento estratégico da empresa, não como despesa, mas como investimento em longevidade e resiliência. “As PMEs devem estar atentas a ondas de calor, secas, eventos extremos como ciclones que podem causar uma disrupção de dias para o negócio”, alerta.

 

A adoção de uma postura preventiva traz benefícios claros: permite melhor organização financeira, evita perdas bruscas com rupturas operacionais, reduz a dependência de apoios externos, historicamente limitados para empresas de menor porte, e dá competitividade para quem se prepara primeiro. Neste contexto, a pandemia de incertezas climáticas se transforma numa oportunidade de reestruturação para quem decidir agir antes que o clima surpreenda de novo.

 

O executivo deixa abaixo um checklist objetivo para que as empresas se antecipem aos efeitos climáticos e fortaleçam seu planejamento estratégico, com ações práticas que podem ser adotadas por PMEs de diferentes setores. A seguir, o material completo:

 

1. Diagnóstico e Monitoramento

- Mapear riscos climáticos relevantes para sua região (chuvas intensas, seca, ciclones, ondas de calor);
- Consultar previsões e tendências sazonais com fontes confiáveis;
- Identificar áreas do negócio mais vulneráveis (estoque, logística, maquinário, equipe);
- Registrar incidentes anteriores e seus impactos financeiros.

 

2. Planejamento Financeiro Preventivo

- Criar um fundo de emergência operacional (mínimo de 1 a 3 meses de custo fixo);
- Consultar linhas de crédito antecipadamente (antes de precisar);
- Revisar contratos com clientes e fornecedores com cláusulas de contingência;
- Verificar seguros existentes e considerar cobertura para perdas operacionais.

 

3. Infraestrutura e Operações

- Verificar estrutura física para eventos extremos (alagamento, vento forte, calor);
- Adaptar reservatórios, drenagem ou sistemas de resfriamento quando necessário;
- Garantir backup de energia ou alternativas logísticas;
- Ter plano de realocação de estoque ou equipamentos em casos emergenciais.

 

4. Gestão de Fornecimento e Produção

- Avaliar fornecedores críticos e criar plano alternativo;
- Estimar impacto de atrasos logísticos e revisar ciclos de entrega;
- Planejar estoques estratégicos de itens essenciais;
- Negociar prazos estendidos para contingências climáticas.

 

5. Pessoas e Continuidade Operacional

- Criar plano de trabalho remoto emergencial;
- Estabelecer orientações de segurança para deslocamento da equipe;
- Registrar funções essenciais e responsáveis substitutos;
- Manter canais diretos de comunicação rápida (WhatsApp ou SMS corporativo).

 

6. Mitigação e Eficiência

- Realizar diagnósticos básicos de consumo de energia e água;
- Implementar melhorias simples de eficiência (LED, sensores, reuso de água);
- Avaliar uso de energia renovável (mesmo parcial);
- Estimular práticas sustentáveis em rotinas internas.

 

7. Revisão e Atualização Contínua

- Revisar o plano a cada trimestre;
- Documentar prejuízos evitados — para medir retorno da prevenção;
- Atualizar medidas a partir de novos eventos climáticos;
- Incluir aprendizado em metas e planejamento anual.

 

Sobre a i4sea

A i4sea é uma startup de inteligência climática fundada por oceanógrafos em Salvador (BA), em 2015. A empresa é especializada em previsões meteoceanográficas hiperlocais potencializadas por inteligência artificial. Por meio de sua plataforma proprietária, i4cast®, a i4sea traduz dados climáticos de alta precisão em insights multicenários e alertas acionáveis, apoiando decisões críticas sensíveis ao clima.  Essa abordagem possibilita a otimização da logística e das operações de seus clientes em diversos setores como portos, energia, engenharia e infraestrutura, com atuação em países como Brasil, Chile e Suécia.

 

Ao conectar ciência de ponta e tecnologia inovadora às necessidades concretas de adaptação e operação de empresas como Vale, Santos Brasil, Porto do Açu, Grupo EPR, Vattenfall, a i4sea se consolida como uma referência em inteligência climática.

 

A startup nasceu para reduzir a vulnerabilidade de pessoas e negócios frente aos desafios climáticos, evitando prejuízos, acidentes e ineficiências operacionais. Com base em dados históricos e previsões hiperlocais, oferece inteligência que orienta decisões seguras e otimiza operações e planejamento futuro. Seu portfólio é composto pela plataforma i4cast®, pela integração via API e pelo acesso a dados de alta resolução para análises estratégicas de risco climático.

Site: https://www.i4sea.com/pt-br

LinkedIn: https://www.linkedin.com/company/i4sea/

 

By Bendita Imagem
Foto: Divulgação

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